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Foto do escritorTaís Fagundes

e se essa fosse a última dança?

.__o que temos para hoje é o que se sabe: há vida. e por ela dispomos os nossos pés no solo. um corpo. uma batida interna...

Galeano uma vez escreveu que os humanos eram vistos lá de cima, desde o céu, como um mar de foguinhos.


Freddie Mercury e David Bowie uma vez cantaram “que o terror é saber o que realmente é esse mundo, observando alguns bons amigos, gritando deixem-me sair”.


Mujica uma vez disse que quando compramos algo, não compramos com dinheiro. Compramos com o tempo de vida que tivemos que gastar para ter aquele dinheiro.

Mas com uma diferença, a única coisa que não se pode comprar é a vida.

A vida se gasta.


Inevitável é não pensar.


Em que momento da história foi que

o estresse brotou do asfalto,

o cérebro colapsou

a pressão sucumbiu.


Vibrar no estilo old fashion deveria merecer mais uma chance.

Dar oi ao sol.

Acordar sem o despertador.

Escutar o barulho do café passando.

Ter calma para preparar o almoço sentindo o aroma da cebola e do alho condimentando o ambiente.

Colocar o pé na grama.

Notar que o sabiá cantou e o cacto floresceu.


Há espaço. Para perceber.

Até que a última dança chegue.

Quando? Não se sabe ao certo. Só se sabe que chega.


O que temos para hoje é o que se sabe: há vida. 

E por ela dispomos os nossos pés no solo. Um corpo. Uma batida interna.


Feliz é quem sorri com o sorriso do outro.

Sabe passar a vez.

Olhar no olho. 

Coexistir no projeto do possível.

Navegar.

Ser. 

Simplesmente: o que QUISER.


O momento presente não é a última dança.


tf.

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