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Foto do escritorTaís Fagundes

Papel Amassado coloca oficialmente seu bloquinho na rua.

Atualizado: 6 de mar.

Sua linda, seja bem-vinda!

.__me alegro com a tua presença!

.__me alegro com o nosso encontro!

.__seja bem-vinda, preciosa!


hoje, a Papel Amassado oficialmente coloca seu bloquinho na rua. este espaço foi construído por mim ao caminhar de uma longa estrada. me provocou a olhar para o meu movimento autoral. para a minha criatividade. para a poética habitada na minha vida. me fez conectar os meus sonhos, abraçar o meu descontentamento. ver o intencional do meu faro. foi tomando forma, a partir da minha essência e aqui, bem aqui, sai das cortinas para assumir o protagonismo no seu palco. ancorar no mundo. existir no projeto do possível. no agora.


trago comigo, no meu peito, uma admiração pelas manualidades. daquilo que é original. o feito à mão. o feito com o coração. aquele punhado de emoções que se transformam em unicidade. e a cultura também é assim. traz um olhar único para o mundo. disponibiliza várias lentes para se buscar a beleza. como as linhas nas nossas mãos. as linhas da nossa expressão. é algo da gente. só da gente. é o nosso afeto.


minha avó costurava. lembro até hoje da sua colcha de retalhos. colorida e cheia de quadrados. ela usava o que já existia para fazer algo novo. não esperava recurso adicional. alinhava a trama com recortes não simétricos. criava ali o seu traçado. cresci vendo este processo. mas só fui entendê-lo anos mais tarde. minha relação com as costuras nunca aconteceu. nunca consegui costurar mais de meia dúzia de pontos. tentei tricô, crochê e até manusear outras artes. não dava certo. meus pulsos doíam. a tendinite me fazia não seguir. e eu me frustava. com o passar dos anos, eu aprendi a pegar as pequenas doses de desistir e transformar no meu existir. segui o meu caminho. até que o guiar divino me fez enxergar que o meu tipo de costura é diferente. eu costuro culturas. costuro vivências. e, de alguma forma, comunico isso para o mundo. de alma inteira, quero que toda gente que habita este planeta tenha acesso à cultura. reconheça a cultura que permeia no seu dia a dia. porque ela mora na gente. é a gente. e perpetua no nosso instante. por isso e mais um pouco é que manifesto palavras e espalho afetos por aí. e hoje intenciono a Papel Amassado.


a Papel Amassado entende que cada indivíduo, cuja leitura faz destas letras, é portador do seu papel. possui um passe intransferível de unicidade. cujo andar na estrada na Terra, vai criando marcas, riscos e expressões: os seus amassados. passamos, então, a amassar e desamassar o papel. no olhar ao ontem, com o resgate à nossa bagagem histórica, à sabedoria dos que vieram antes de nós. da nossa ancestralidade e da nossa herança cultural. nos impulsionando ao amanhã, com a beleza rabiscada nos traços do que está por vir; e habitada no VIVER do hoje, que nos brinda mutações, transforma e nos faz evoluir. um pouquinho a cada dia. talvez invisível ao olho nu, vamos criando novas formas, marcas e amassados, em uma guiança contínua para o florescimento.


ao caminhar, seguimos trazendo o nosso papel amassado, que carrega os traços da nossa vivência, da nossa experiência, do que acreditamos e do que prospectamos ser. é a esperança que mora nos olhos do hoje e nos faz perceber que o extraordinário mora no ordinário na vida. naquilo que fazemos e porventura não percebemos, mas mora dentro do quotidiano da gente.


é sobre tudo isso, e um pouquinho mais, que queremos falar ao mundo.

pois, afinal, cada amassado conta uma história.


com amor, tf.


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